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Este blog foi criado com o intuido de postar arquivos relacionados ao curso Mediadores de Leitura, oferecido pela UFRGS.



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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Prática Leitora Multimidial

Público alvo: Séries finais do ensino fundamental.

Objetivo da prática:

-discutir com a turma sobre os meios de comunicação utilizados entre eles;

-refletir sobre a evolução da comunicação e a influência destes em nosso cotidiano;


Materiais e recursos:

- leitura do texto A vida pelo telefone, de Walcyr Carrasco- In: Veja São Paulo, Abril, 19 abr. 2000

- assistir ao vídeo A Evolução da Comunicação Humana – YouTube.


Etapas propostas:

1º: Entrega do texto A vida pelo telefone, de Walcyr Carrasco, pelo professor. Leitura silenciosa e oral pelos alunos.

A vida pelo telefone
Como salvar em ligações simultâneas a namorada e o emprego

Walcyr Carrasco

            Durante meses, eu e um amigo nos falamos por telefone. Sempre reclamávamos da escassez de encontros pessoais.
            - Precisamos nos ver! – ele dizia.
            - Vou arrumar um tempinho! – eu prometia.
            Posso ser antiquado, mas acredito que nada substitui o olho no olho. A expressão, o jeito de falar, a gargalhada espontânea, tudo isso dá nova dimensão ao relacionamento. Cumpri minha promessa e fui a seu apartamento. Nos primeiros dez minutos, falamos da vida como não fazíamos havia bastante tempo. Em seguida, tocou o telefone.
            - Um momento.
            Iniciou-se uma longa discussão sobre quem compraria os ingressos para o espetáculo. Já estava desligando quando se ouviu o celular. Pediu licença no telefone e atendeu. Era alguém discutindo um problema profissional. Depois de duas respostas, meu amigo disse que, como o assunto era complicado, ia terminar um telefonema e ligaria em seguida. Falou rapidamente com a primeira pessoa, desligou e voltou ao celular. Foi a vez do bip, que tocou insistentemente. Pediu desculpas, foi ver a mensagem. Recado urgente para chamar determinada pessoa. Novamente, trocou mais algumas frases ao celular. Desligou. Pediu-me novas desculpas. Ligou para quem o havia bipado. Mais questões de trabalho. Quando anotava alguns detalhes, a linha, digital, anunciou que mais alguém estava querendo ligar. Pediu licença e atendeu a outra linha. Olhou para mim e murmurou desculpas. Combinou rapidamente os detalhes de uma festa-surpresa no fim de semana. Foi fazer um café, com o sem-fio acoplado à orelha. Volta ao celular. Ele tenta botar o pó no coador, com um aparelho em cada orelha e falando nos dois ao mesmo tempo.
            - Não, querida, eu tentei ligar para saber se você queria is ao espetáculo com a gente! Mas só deu ocupado... O quê? Não, senhor, não estou falando com o senhor, chefe, puxa vida... Claro que o senhor levou um susto... Eu falando assim, querida... Há, há, há... Pois é, meu amor... Meu amor é ela, chefe... Eu quero que você vá, sim, ao show... Eu dou um jeito... Sim, dou um jeito de terminar o relatório até segunda, chefe... Ah, o senhor também quer ir ao show? Bem, eu posso ver se consigo mais entradas e... Ah, certo... Meu bem, não fique nervosa, não vou trabalhar no fim de semana, é só um relatório, mas é claro, chefe, vou fazer o relatório o melhor que puder... Oh, meu Deus!
             Corri para ajudar com o café, enquanto ele tentava salvar o emprego e a namorada ao mesmo tempo. Quase engoliu o celular. Quando terminou, sentou-se exausto. Nesse segundo, alguém ligou e ele lamentou-se longamente:
            - Imagine que ela me pressionou justamente quando eu estava falando com meu chefe ao telefone, e ele ouviu tudo e pelo jeito que respondeu eu...
            Olhei meu talão de cheques e disquei para verificar o saldo. Aproveitei para falar com dois amigos. Quando terminava, ele sentou-se na minha frente, pálido, mas calmo, com a bandeja e as xícaras. Em dois rápidos chamados, havia se justificado com ela e se desculpado com ele. Mal pôde perguntar se eu queria açúcar ou adoçante. Entrou um fax.
            - Deixa eu ver o que é, pode ser importante.
            - Terminou de ler e alguém ligou para saber se tinha recebido. Em seguida, ligou para confirmar alguma coisa que fora escrita na mensagem. Não pôde terminar porque o celular gritou novamente. Meu estômago roncou de fome. Levantei-me. Ele fez sinal para que eu me sentasse.
            - Já estou terminando. Só preciso mandar um bip.
            Observei o relógio demoradamente. Aproveitei o intervalo entre o bip e um novo telefonema para dizer, bem depressa:
            - Preciso ir. Depois eu ligo.
            Sorriu satisfeito.        
- Então me chame depois. Mas não esqueça, hein?
- Mando um e-mail e você me responde. Assim o papo fica melhor.
Gostou da idéia, sem perceber a ironia. Pediu mais um minutinho no telefone, dizendo que ia me levar até a porta e já voltava. Comentou, já tranqüilo:
- Nossa, como a gente tem coisas para falar. Você ficou mais de duas horas aqui e nem botamos tudo em dia.
Repuxei os lábios, educadamente. Certas pessoas estão tão grudadas aos telefones, celulares, bips e e-mails. Inventou-se de tudo para facilitar a comunicação. Às vezes acredito que, justamente por causa disso, ela anda se tornando cada vez mais difícil.

CARRASCO, Walcyr. A vida pelo telefone. In: Veja São Paulo, Abril, 19 abr. 2000.


2º: Questões de interpretação de texto, como as abaixo:

- Qual era a necessidade inicial dos dois amigos?
- O que foi feito para atender a essa necessidade?
- Passados dez minutos do encontro, os amigos não conseguiram mais se comunicar como queriam, porque houve uma série de interrupções. Faça uma relação dos aparelhos de comunicação que acabaram impedindo a comunicação pessoal entre os amigos.
- O amigo do narrador conseguia usar mais de um aparelho ao mesmo tempo sem problema de comunicação? Explique.
- Depois de comprovar que seria impossível realizar o objetivo do encontro, um bate-papo entre amigos, qual foi a solução sugerida pelo visitante?
- Releia:
“... inventou-se de tudo para facilitar a comunicação. Às vezes acredito que, justamente por causa disso, ela anda se tornando cada vez mais difícil.”
- Qual a sua opinião a respeito dessa afirmação? Você concorda ou discorda? Escreva um texto explicando a sua resposta.


3º: Visualização do vídeo: Evolução da Comunicação Humana – YouTube





4º: Comentários sobre o vídeo.

5º: Em duplas, os alunos deverão escolher entre uma das atividades trabalhadas, o texto ou o vídeo e elaborarem um texto sobre a influência dos meios de comunicação no cotidiano do ser humano;

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